26 de out. de 2011

Pe. Francisco de Assis Wloch fala sobre Pastoral da Comunicação e Novas Mídias

Como o senhor avalia a utilização dos meios de comunicação nas atividades da Igreja?
O mundo de hoje exige que nós evangelizemos em todos os “cantos” usando os métodos e meios modernos de comunicação. Usando as ferramentas que o mundo moderno nos oferece. Essa ferramenta possibilita à mensagem cristã ir mais adiante de forma rápida, objetiva e com custos não muito elevados.
Onde é possível melhorar a relação da Igreja com os meios de comunicação?
Em todos os campos da Igreja há possibilidade de estabelecer essa relação mais próxima. Todas as nossas instâncias de atuação e ação da Igreja tem possibilidade de servir-se desses métodos. Nas próprias missas, é possível, como tenho feito experiência na catedral de Florianópolis há um tempo, é utilizar-se desses meios. E podemos até usar desses meios para aproximar mais as pessoas, para realizar encontros, reuniões e todo tipo de atividade da Igreja.
O senhor tem acompanhado o trabalho da Pastoral da Comunicação em âmbito Nacional? Como está a evolução dessa pastoral?
Como estou agora em uma atividade em nível nacional tenho percebido que os desejos de integração e articulação com o uso dos meios modernos de comunicação. Como é grande o desejo, é maior o desafio, pelas dimensões geográficas do Brasil. Acabei de vir de um encontro em Santiago do Chile, promovido pelo Conselho Episcopal Latino Americano, sobre cultura digital na Igreja, e esse foi o grande ponto de referência. Os países da América Latina são pequenos e é muito mais fácil fazer uma pastoral da comunicação. O Brasil como tem  grandes dimensões é mais difícil. Mas há um desejo muito sincero da coordenação nacional da Pascom de fazer essa articulação cada vez maior.

A Igreja é basicamente organizada de maneira hierárquica e está tentando inserir-se, como o senhor disse, nesse mundo dos novos meios de comunicação, cuja característica é a instantaneidade e a descentralização da informação. De que forma a Igreja conseguirá interagir com isso?
A Igreja precisa tomar consciência que o mundo mudou. Que a comunicação hoje é rápida é ela é breve e precisa trazer novidades. Não é que a Igreja não tenha novidades para apresentar, não que é que a Igreja não queira ser rápida. Mas precisaria se converter para esse mundo de comunicação rápida. A Igreja tem propostas novas para apresentar e precisa apresentar de maneira nova. Nós não conseguimos ainda dar um caráter novidadeiro à verdade do evangelho, que é sempre nova.

Iniciativas como a campanha “Bote Fé”, que divulga a Jornada Mundial da Juventude, o “YOUCAT”, que ganhou espaço entre jovens católicos nas redes sociais, o site “Jovens Conectados“ do Setor Juventude, é um sinal dessa “conversão” da Igreja?
A igreja acontece também em termos de pessoas, e nós estamos percebendo que a frente da Igreja, as lideranças novas que tem surgido, tem trazido também uma mentalidade nova que faz com que se usem esses modernos recursos de comunicação, fazendo com que se conectem em rede. Isso é uma coisa boa, devemos nos convencer de que existem outras formas de comunicação e de criar comunidades.  Porque um grande desejo da Igreja é criar comunidades e o mundo da comunicação e da informática oferece um novo tipo de comunidade que chamamos de comunidade virtual, mas é uma realidade que temos que encarar. É uma nova forma de ser comunidade e de se fazer comunidade hoje.

O senhor como catarinense, que foi secretário executivo da CNBB, por uma década pároco na Catedral nesse tempo em que a Pascom tem dado corpo ao trabalho em Santa Catarina e criado ambientes para discussão dessa questão. Como vê as iniciativas da Pastoral nesse campo das novas mídias?
Eu fico contente que esse assunto está fazendo parte das preocupações das lideranças e agentes de pastoral em Santa Catarina. Nós precisamos cumprir o último recado de Jesus Cristo, que deixou antes de subir ao céu, está lá no evangelho de São Marcos, capítulo 16, versículo 15, “Ide pelo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura”. Na minha vida de padre eu sempre pensei: o mundo da minha missão qual é? Então, é bom que o Regional Sul 4 (da CNBB) as dez dioceses, estejam se preocupando e organizando encontros para pensar no mundo da sua missão que é o estado de Santa Catarina. Nós precisamos cumprir essa ordem de Jesus Cristo, mas pensando no mundo da nossa vida, o mundo que nos cerca. O mundo onde vivemos e convivemos, é ali que precisamos levar o evangelho. Que bom que esteja havendo essa preocupação ai com esse 2º Seminário de Comunicação.


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